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Cidade digital, inteligente e humana

Autor: Eduardo Tude*

Conceitos de Cidade Inteligente

Existem várias abordagens para conceituar uma cidade digital, inteligente e humana.

Inicialmente, o termo “Cidades digitais” foi utilizado para descrever comunidades online, amplo acesso municipal à Internet ou portais digitais exibindo informações sobre uma determinada cidade.

No Brasil, o Ministério da Comunicações instituiu em 2011 o Programa Cidades Digitais, prevendo a instalação de uma rede de fibras ópticas e de pontos de conexão à internet em órgãos e equipamentos de uso público, além de instalação de aplicativos e capacitação de servidores, com o objetivo de melhorar a gestão municipal e o atendimento aos cidadãos das cidades selecionadas.

O termo “Cidade inteligente” representou uma evolução deste conceito. Ele permitiu que organizações interessadas em várias questões urbanas o utilizassem de acordo com as suas próprias necessidades e iniciativas em diferentes áreas de inovação ou melhoria, como se pode observar nas seguintes definições:

  • A Comissão Europeia define cidades inteligentes como aquelas que usam TIC para criar serviços mais eficientes e envolventes para cidadãos e empresas.
  • O Departamento de Transportes dos EUA descreve cidades inteligentes como formas urbanas que usam tecnologias para auxiliar a mobilidade de pessoas e bens.
  • Fornecedores de tecnologia observam que as cidades inteligentes implementam ferramentas digitais que transformam seus sistemas centrais para otimizar os recursos disponíveis e melhorar a qualidade de vida.
  • A IBM usa “cidade inteligente” para descrever como os serviços públicos e as infraestruturas são “aprimorados com tecnologia da informação e análise de dados”. O Centro de Operações do Rio de Janeiro é um dos primeiros exemplos da visão de cidade inteligente da IBM.
  • Segundo Anthony Townsend “Os atuais desenvolvimentos de cidades inteligentes devem resolver problemas rapidamente com base em grandes quantidades de dados coletados por meio de sensores e antenas que monitoram constantemente atividades e ambientes urbanos.”
  • A Consultoria Casa Europeia – Ambrosetti S.p.A., Think Tank, define cidade inteligente como uma visão de planejamento e desenvolvimento urbano que integra múltiplas tecnologias e soluções inovadoras para gerenciar ativos e serviços.  Os objetivos podem ser melhorar a qualidade de vida, reduzir custo e consumo de recursos, aumentar o contato entre cidadãos e governo, desenvolver economicamente a cidade, gerar condições para o surgimento de negócios inovadores ou aperfeiçoar a prestação de serviços urbanos. A definição dos objetivos e sua priorização definem os parâmetros essenciais do projeto de construção de uma cidade inteligente.
  • A definição de Cidade Inteligente adotada pela UIT: “Uma cidade inteligente e sustentável é uma cidade inovadora que usa tecnologias de informação e comunicação (TICs) e outros meios para melhorar a qualidade de vida, a eficiência da operação e serviços urbanos e a competitividade, garantindo que atenda às necessidades das gerações presentes e futuras respeito aos aspectos econômicos, sociais, ambientais e culturais.”

No Brasil, destaca-se as seguintes iniciativas de conceituação de Cidades Inteligentes:

  • A Carta Brasileira de Cidades inteligentes.
  • O Projeto Sistema de Avaliação de Cidades Inteligentes do MCTI baseado nos conceitos e indicadores de Cidades Sustentáveis e Inteligentes da UIT.
  • São José dos Campos foi certificada como a Cidade Inteligente do Brasil pela ABNT com base em três normas internacionais NBR ISO (37120, 37122 e 37123) regulamentadas pelo World Council on City Data, instituição ligada à ONU (Organização das Nações Unidas). O processo foi conduzido pelo Parque Tecnológico de São José dos Campos.

Ranking de Serviços de Cidades Inteligentes

Como apresentado, existem vários conceitos de Cidades Inteligentes e várias iniciativas de rankings destas cidades.

A Conexis e a Teleco decidiram em 2018 avaliar a oferta de serviços inteligentes para o cidadão nos municípios brasileiros e criaram o Ranking das Cidades com serviços inteligentes.

O ranking permite que os municípios identifiquem qual a sua posição em relação aos demais considerando os 29 serviços inteligentes avaliados.  

As versões iniciais do ranking avaliaram os 100 maiores municípios brasileiros e a de 2022 todos os municípios com mais de 200 mil habitantes.

Uberlândia, Santo André e Juiz de Fora se destacaram nas cinco primeiras edições do ranking.

Os serviços inteligentes são classificados em 5 categorias apresentadas a seguir.

Os serviços de Mobilidade estão entre os mais adotados pelos municípios, como os horários do transporte público disponíveis para consulta através de aplicativos em mais de 70% das cidades. O mesmo ocorre com os serviços de Governo Eletrônico (E-Gov).

Os serviços inteligentes relacionados com Educação/Saúde e Meio Ambiente apresentam uma menor adoção.

As câmeras de vigilância são o destaque entre os serviços de Gestão Municipal, estando presentes em 80% das cidades em 2022.

Considerações finais

Existem várias maneiras de se conceituar “Cidade Inteligente”. A Comissão Europeia, por exemplo, define cidades inteligentes como aquelas que usam TIC para criar serviços mais eficientes e envolventes para cidadãos e empresas.

O Ranking das Cidades com serviços inteligentes avalia a oferta de serviços inteligentes para o cidadão nos municípios brasileiros

A quantidade de serviços inteligentes nos municípios tem crescido, mas a maior parte dos municípios ainda tem dificuldade de reportar a sua utilização. Os serviços têm sido implantados de forma vertical, utilizando sistemas independentes e com pouca ou nenhuma integração horizontal.  Ainda não desenvolveram uma plataforma de gestão transversal dos diferentes serviços e estão distantes de gerenciar a cidade de forma integrada e em tempo real, como acontece em Seul na Coreia.

*Eduardo Tude é presidente da consultoria Teleco

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